quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

182) O HOMEM INTEGRAL 1

 "Em Deus cuja promessa eu louvo, em Deus confio, não temerei". Salmo 56;5



REFLEXÕES RETIRADAS DO LIVRO "O HOMEM INTEGRAL" DE JOANNA DE ANGELIS - PSIC. POR DIVALDO FRANCO


1) Psicologicamente o homem difere dos outros animais pelas características da abstração, da percepção intelectual, da consciência de si mesmo, da reflexão, da memória racional, do julgamento, da síntese e indução intelectual, do raciocínio, da intuição, das emoções e sentimentos superiores, da linguagem racional, do verdadeiro poder da vontade. (Mivart – naturalista Inglês)


2) As admiráveis conquistas da Ciência e Tecnologia, não conseguem harmonizar o homem belicoso e insatisfeito que se deixa dominar pela onda do materialismo- utilitarista, transformando-o num amontoado orgânico que pensa.
Possuir, dominar e gozar, por um momento é a meta a que se atira, desarvorado.
Uma imediata, urgente reação emocional, cultural, religiosa, psicológica, deve surgir, e o homem voltará a identificar-se consigo mesmo.


3) A sua identidade cósmica é o primeiro passo a dar, abrindo-se ao amor, que gera confiança, que o arranca da negação e o enche de luz, de beleza, de esperança.
A grande noite que esmaga é também, o início da alvorada que surge.


4) Neste homem atribulado dos nossos dias, a Divindade deposita a confiança em favor de uma renovação para um mundo melhor e uma sociedade mais feliz.
Buscar os valores que lhe dormem soterrados no íntimo é a razão de sua existência corporal, no momento.


5) A natural transformação social decorrente de Ciência aliada à tecnologia a partir do século XIX ensejou uma radical mudança nos hábitos da sociedade.
A mudança de hábitos, no entanto, liberou o homem de algumas fobias, mas impôs outros padrões comportamentais que respondem por equivalentes fenômenos de desequilíbrio.
Houve uma troca de conduta, mas não de renovação saudável na forma de encarar a vida.
O progresso da Ciência não se fez acompanhar por um correspondente desenvolvimento ético espiritual.


6) O excesso de tecnologia que aparentemente resolveria os problemas humanos engendrou novos dramas e conflitos comportamentais, que necessitam ser reexaminados para posterior correção.


7) O homem se deve renovar incessantemente alterando para melhor os hábitos e atividades. O trabalho constitui-lhe estímulo aos valores que lhe dormem latentes, aguardando despertamentos, ampliação, desdobramentos.


8) A liberdade deve ser conquistada na grande luta que se trava no cotidiano. Liberdade de ser e atuar, de ter respeitados os seus valores e opções, sempre considerando os códigos éticos e sociais.
Não há liberdade quando se mente, engana e atraiçoa. A liberdade é uma atitude perante a vida.
Somente mediante a responsabilidade, o homem se liberta, sem tornar-se libertino ou insensato.
Se cada indivíduo considerar-se liberado para agir conforme quer, trabalha em favor da anarquia.
A liberdade começa no pensamento aspirando ao bom, ao belo, ao ideal que dá vida e a sustenta. 



9) Propalando-se que as conquistas morais fazem parte das instituições vencidas – matrimônio, família, lar – os apaniguados da loucura creem que aplicam na velha doença das proibições passadas, uma terapêutica ideal, e esquecem-se que o exagero do medicamento gera danos maiores de que aqueles que eram sofridos.


10) A ansiedade é uma das características mais habituais da conduta contemporânea. A sobrevivência competitiva numa sociedade eticamente egoísta, predomina a insegurança no mundo emocional das criaturas.
A preocupação de se parecer vencedor é responsável pela falta de individualidade.
A ansiedade trabalha contra a estabilidade do corpo e da emoção.


11) A neurose da solidão é doença contemporânea que ameaça o homem distraído pela conquista de valores irrisórios e transitórios.
O homem solitário é aquele que receia encontrar-se, descobrir-se, conhecer-se.
O homem solidário jamais se encontra solitário. O egoísta nunca está solícito, por isto sempre atormentado.


12) A correria alucinada para lugar nenhum e pela conquista de coisas mortas, é incapaz de minimizar a saudade, de preencher a solidão, de acalmar a ansiedade, de evitar a dor, a doença e a morte.


13) As festas ruidosas, as extravagâncias, os desperdícios e o exibicionismo com que algumas pessoas pensam vencer os medos íntimos, apenas se tornam, lâminas de vidro pelas quais observam a vida sempre distorcida em face da óptica incorreta que se permitem.


14) São atitudes patológicas decorrentes da fragilidade emocional. Assim negligenciam o sentido ético gerador da paz.


15) Os ideais espiritualistas, o conhecimento da sobrevivência à morte física tranquilizam o homem, fazendo que considere a transitoriedade do corpo e a perenidade da vida, da qual ninguém se eximirá.


Provérbio:
Quer pouco, terás tudo. Quer nada, serás livre. ( Fernando Pessoa)


Imagem relacionada